Cap XV: Lutando com árvores... Não, eu não estou louco (Tiago)
Não saberíamos
quanto tempo se passou se o táxi não tivesse um pequeno relógio
perto do marcador de velocidade.
O túnel se
estendia pelo que parecia ser milhares de quilômetros, tendo no
início uma leve inclinação, mas que logo foi substituída por um
túnel não muito largo e reto, e com ocasionais bifurcações.
Segundo o taxista,
esse túnel já existia há milhares de anos, antes mesmo da
construção das cidades, e abrangia uma grande área da Europa.
Ele ia falando
coisas e mais coisas, enquanto no rádio tocava um mísica da banda
Metálica, muito boa por sinal. Ethan conversava com ele animado,
enquanto Peter tentava dormir, e eu, usando uma pequena lanterna
presa na boca, tentava ler o máximo do livro antes de chegar ao
nosso destino.
O livro era
incrível. O primeiro capítulo, revelava com mais detalhes as
histórias dos deuses nórdicos, mas isso eu já sabia. Pulei, e vi
que no segundo capítulo falava sobre a magia e o corpo dos
asgardianos.
Havia coisas que eu
nunca havia visto. O livro dizia que com o poder que me foi
concedido, meu corpo ficava com uma espécie de armadura, capaz de
resistir a flechas, golpes de espadas, e até a algumas magias
mandadas por outros monstros ou magos inimigos.
E havia também
imagens de asgardianos usando magia. Eles faziam as coisas levitarem
até eles, lançavam bolas de energia de diversas cores e tamanhos, e
usavam magia para mudar a aparecia do corpo para se camuflar.
Após algum tempo
de leitura, percebi que o táxi estava em uma pequena elevação, que
se acentuava cada vez mais.
_ Thiago – Ethan
estava me chamando – qual o plano?
_ Não sei ao certo
– tirei a lanterna da boca e falei de novo – não sei ao certo.
Só sei que quando eu chegar lá vou encontrar minha mãe.
_ Vamos encontrar
todos, não se preocupe.
À nossa frente,
uma nova parede se aproximava, mas foi aberta rapidamente.
Assim que passamos
por ela, fiquei atordoado pela luz, mas logo me acostumei de novo.
_ O que? Onde estou
– Peter acordou assustado, olhando para todos os lados - Que dor de
cabeça.
_ Acordou bela
adormecida? – perguntei.
_ O que?
_ Nada, volta a
dormir.
_ Hum... Estamos
chegando já?
_ Falta pouco – o
taxista respondeu – digam-me senhores, o que sabem do lugar para
onde estão indo?
_ Nada – Ethan
respondeu – só sei que vou dar uma surra em qualquer um que
estiver lá dentro.
_ Tenham cuidado –
disse sério - não sei muita coisa, mas lá é um lugar meio
perigoso – e continuou dirigindo calado.
O resto da viagem
foi em silêncio, ninguém queria conversar. Para compensar, a cidade
era bonita. Passamos por vários parques lotados. A neve tinha parado
de cair, e havia crianças brincando de bolas de neve nas ruas.
Pessoas andavam animadas para lá e para cá, sem dar conta de que as
coisas piorariam em pouco tempo.
_ Estamos chegando.
À nossa frente,
havia uma mansão enorme, em cima de um pequeno monte. Não havia
casas ao lado, e a rua parecia acabar no portão da casa. Tinha uma
cor preta, um pouco depressiva. No jardim havia algumas plantas,
algumas mortas, outras tão estranhas que não deveriam estar ali.
_ Não posso me
aproximar mais, agora é com vocês. – ele desceu do carro e ajudou
com as malas. Logo depois, entrou no taxi, manobrou e saiu em
disparada.
_ Bom, acho que só
nos resta ir em frente, não é? – eu disse.
_ Thiago, onde está
o livro?
_ Eu entreguei para
o taxista, como a mulher que me deu ordenou, eu espero que ele
devolva no lugar certo.
_ Eu estou achando isso muito estranho – Ethan estava olhando a casa com um olhar
preocupado – parece que ninguém... Ei tem alguém saindo – antes
dele terminar de falar, um homem de terno, saiu pela porta da casa,
se dirigindo ao portão. Assim que nos viu, ele deixou a pasta cair e
voltou correndo para a mansão. Pelo som, ele estava colocando varias
trancas na porta, assim como cadeados, etc.
_ Mas o que? –
aquele cara que tinha saído da mansão parecia alguém normal.
Mesmo assim, não tínhamos tempo a perder – Ethan, esmaga.
_ Com prazer.
– respondendo, ele sacou seu martelo, invocando-o a partir de um
anel e logo o aumentou para o tamanho máximo, ou seja, duas vezes
maior que o antigo. – afastem-se. – e com um sorriso no rosto,
deu uma marretada no portão de ferro, que saiu voando sem nem ao
menos apresentar resistência ao poder de Ethan.
_ Home run –
Peter também estava preparado, e parecia bem empolgado.
_ Vamos – Ethan
se aproximou da porta – Saia da frente, ok? – disse em direção
à porta e deu uma martelada com toda a força. Resultado, a porta
saiu voando e atravessou duas paredes.
_ Caramba, tenho
que tomar cuidado com você agora. – eu disse com um sorriso.
A mansão por
dentro era escura, porém limpa. Tinha quadros de vários tamanhos
espalhados por todo um corredor, que ia da porta, até a sala, com
portas para os outros cômodos.
A porta que tinha
saído voando, havia sido jogada até o fim do corredor, atravessado
uma parede, quebrando vários moveis, até que atravessasse outra
parede, e parasse.
O Homem que
havíamos visto estava deitado no chão, tremendo.
_ Por favor, não
me matem, não me matem. – e começou a rastejar para longe.
_ Ah, não vai não
– o peguei pelo terno com uma mão, e o levantei até certa altura.
– você vai nos dizer tudo o que sabe.
_ Eu digo, eu digo,
mas não me matem.
Soltei-o, e ele
caiu de costas no chão. Assim que se recuperou, começou a
engatinhar para o canto da sala, onde ficou encolhido, com as mãos
protegendo o rosto.
_ Então – Ethan
começou a entrar na casa, seguindo o homem – que lugar é esse?
_ Aqui... Era... Um
centro de comando desativado. – o homem falava gaguejando toda
hora.
_ Peter – eu
chamei – veja se tem alguém na casa. Ethan cuide lá fora, eu
cuido dele - dito isso, eles concordaram e foram para seus lugares –
Certo, agora vamos conversar com calma – guardei minha espada e meu
escudo e estendi a mãos para ele – levante-se e se acalme. – ele
segurou minha mão e se levantou visivelmente mais calmo – agora
comece a falar tudo o que sabe.
Ele contou um pouco
da história dele. Sua família havia sido raptada por alguns
guerreiros há varias semanas atrás, sendo forçado a trabalhar para
eles. Disse tudo que o exército inimigo havia feito até então, e
tudo que havia descoberto. Quais monstros haviam se juntado a eles, e
para onde os reféns restantes estavam indo. Disse também que, há
alguns dias, alguns reféns haviam sido salvos por um grupo de elfos.
_ Sua mãe não
estava lá Thiago – ele olhou bem nos meus olhos com seriedade –
Sim, eu sei sobre ela. Também há um... – ele foi interrompido
quando Ethan entrou na casa correndo.
_ Parece que temos
visitas – ele apontou para a janela.
_ Essa não – ele
levantou rapidamente, visivelmente assustado - eles foram rápidos –
o homem foi até a janela e abriu a cortina. Assim que fez isso, uma
flecha preta atravessou o vidro da janela, e acertou seu peito –
Argh... – corri para ajuda-lo. O ferimento era profundo, mas o
homem continuava acordado. – Ah... Droga... Thiago... Você...
Precisa se apressar... Sua... Mãe... Esta no Monte... Elbrus –
cada palavra era um esforço para ele – eles planejam... Alguma
coisa seria... Precisa dete-los... E salvar... Minha família... –
e então, silêncio.
_Temos que sair
daqui! – Peter desceu as escadas correndo o mais rápido que podia,
com suas armas preparadas. – Tem vários monstros nos cercando,
vamos.
Ainda estava em
choque pelo o que aconteceu com o homem, mas me forcei a me
concentrar. Pela porta, quatro fenris entraram seguidos por alguns
guerreiros, e outros esqueletos com arcos e espadas entraram pelas
janelas.
_ Vamos para o
segundo andar – Subimos a escada correndo, e enquanto corríamos
por um corredor cheio de quartos, éramos seguidos por vários
monstros, que lançavam flechas, lanças e dardos. No final do
corredor, pude ver uma janela grande. Era nossa única chance de
escapar de lá – PULEM COMIGO. – corri mais ainda, e me joguei de
cabeça na janela.
Tudo parecia
acontecer em câmera lenta. Flechas e lanças passavam a centímetros
de nossas cabeças enquanto caiamos do segundo andar da casa. Lá
embaixo, os inimigos olhavam assustados a cena, até que caímos
pesadamente no jardim, causando um bom estrago. Ainda que dolorido e
zonzo, me levantei rápido, olhando ao redor. Peter havia caído em
cima de uma árvore e, apesar de não estar ventando, ela se mexia
incessantemente. Ethan havia caído em cima de um vaso de plantas
mortas, ao lado de um cacto gigantesco, e também já estava se
levantando.
_ Que grande ideia
– ele olhava para todo o lado, meio tonto, enquanto se esforçava
para não cair de novo – Vamos sair logo daqui.
Enquanto me
aproximava de Ethan, percebi que os inimigos estavam se afastando,
lançando olhares nervosos para todas as plantas, isso não era um
bom sinal. Enquanto me preocupava com isso, ouvi um barulho atrás de
mim. Era como se uma árvore tivesse caindo e o chão estivesse
sendo arrancado. Quando olhei para a direção do barulho, tive uma
das visões mais assustadoras da minha vida. A árvore em que Peter
havia caído estava se mexendo, se levantando.
_ ISSO É
IMPOSSIVEL – à nossa frente, havia uma árvore gigantesca, com
mais de dez metros, com braços e pernas feitos de galhos enormes e
curvos. Na cabeça, vários galhos se elevavam formando uma espécie
de chifre. Um rosto que aparentava milhares de anos nos encarava com
raiva. E pendurado bem na cabeça dele, estava Peter.
_ ME TIREM DAQUI,
AGORA – Peter se agarrou aos galhos enquanto a árvore nos atacava
com golpes do braço, de cima para baixo, provocando um grande buraco
no chão, levantando terra para todos os lugares.
Ethan se recuperou
rapidamente e deu um golpe na perna da árvore. Ela soltou um berro
que nos deixou atordoado e atacou com um golpe da perna, que acertou
em cheio o martelo de Ethan, fazendo o parar vários metros para
trás.
_Tudo bem cara? –
o ajudei a levantar. Ele tava com um sorriso estranho no rosto, e
isso não era um bom sinal.
_ Agora eu estou empolgado. Vamos lá – ele se arrumou e sacou o martelo novamente
e atacou. O golpe foi certeiro, bem no tronco da árvore, fazendo o
voar por vários metros, até à rua. Com o golpe, Peter acabou
caindo.
Estava prestes a
correr em direção a Peter, quando uma coisa chamou minha atenção.
Dois corvos estavam parados na cerca da mansão. Um deles olhou
diretamente para mim, e eu soube o que fazer. Fiz um sinal positivo
com a cabeça. eles saíram voando.
_ Vamos sair daqui
pessoal – eu disse – sei para onde temos que ir.
A árvore-monstro
havia se levantado novamente. Estava vindo em nossa direção. Um
pouco afastados dali, mais inimigos chegavam. Em pouco tempo, vinham em nossa direção, cerca de quinze fenris, vinte guerreiros, trinta esqueletos e cinco gigantes marteleiros, iguais aos
que derrotamos no acampamento.
Corremos dali, indo
em direção à cidade. Não era uma boa ideia, mas não tinha outro
jeito. Para chegarmos onde devíamos, precisávamos atravessar a
cidade.
Atrás de nós, os
monstros atacavam a árvore, enfurecendo-a mais ainda. Com um golpe, ela destruiu a formação de guerreiros. Com isso, os gigantes
marteleiros a atacaram, fazendo-a gritar mais ainda. Usando seus
braços, ela enforcou dois deles, lançando-os longe. Mas parecia que
seu verdadeiro alvo era nós três.
Deixando de lado os
outros monstros, ela começou a se mexer, arrancando o asfalto com
seus pés em formas de raízes.
Corremos até uma
esquina e fomos em direção ao outro lado da cidade. Havia talvez dez esqueletos atrás de nós. O chão, as casas, até nossos ossos
pareciam tremer por causa da pressão que a árvore causava no chão
da cidade. Então, sem nenhum aviso, o telhado de três casas foi
arrancado e jogado em direção aos esqueletos que estavam atrás de
nós. A árvore havia se jogado nas casas, para nos seguir, e se
aproximava rapidamente.
_ O que vamos
fazer? – Ethan me perguntou enquanto corria.
_ Temos que chegar
até o outro lado da cidade. Lá eu vou poder... – antes de terminar
o que estava falando, dois gigantes marteleiros apareceram na esquina
a nossa frente, impedindo nossa passagem. – por aqui – e entramos
em um prédio que ficava ao lado da rua.
Subimos as escadas
de formato espiral rapidamente. Quando estávamos no sétimo andar, a
árvore quebrou a parede e invadiu o prédio. Assim que nos viu nas
escadas acima dela, esticou seus braços, quebrando toda a lateral do
prédio. Subimos mais rápidos, até chegar no térreo.
_ E agora? –
Peter me perguntou.
_ Pulem para o
outro prédio
Assim que disse
isso, os braços da árvore alcançaram o térreo, quebrando-o por
inteiro. Se tivéssemos demorado um segundo para saltar, teríamos
caído de uma altura enorme.
Caímos no telhado
do outro prédio. A árvore logo atrás de nós começou o ataque
novamente, seguidos pelos esqueletos arqueiros. Continuamos pulando
pelo telhado dos prédios até o fim da rua. Nossa única saída era
pular novamente.
Pulamos e cai em
cima de um carro que estava em movimento. Acabei rodando por cima
dele, até cair de cara no chão. Ethan havia caído em cima do capô
de um carro estacionado, no qual Peter caiu no teto.
Estava um pouco
dolorido, mas conseguia me mexer sem problemas. Ethan também se
mexia normal, mas Peter parecia que não iria conseguir correr, então
o ajudei.
_Temos que sair
daqui – cada palavra parecia um desafio para Peter – Thiago, use
o presente do seu pai e nos tire daqui.
É claro, tinha me
esquecido do presente do meu pai. Coloquei a mão no bolso e puxei o
pequeno objeto cilíndrico que ele me dera. Apertei o botão na
parte superior dele. Uma luz se ascendeu, e o bastão começou a
esquentar. E tão repentinamente quanto começara, a luz apagou.
_ Mas é só isso? –
fiquei olhando ao redor, mas nada – que droga – e taquei o
bastão longe, frustrado. – temos que sair daqui, e rápido –
atrás de nós a árvore havia descido do prédio, e começou a lançar carros inteiros em nossa direção. – essa coisa não desiste.
Começamos a correr
novamente, mas pude sentir que alguma coisa estava errada. A árvore
havia parado de nos seguir. Os monstros estavam atordoados,
apontando suas flechas para o céu e disparando a esmo.
Decidi seguir o
olhar deles e o que vi me deixou confuso. Três carruagens, puxadas por três pégasus nos circundavam, altas o suficiente para não
temer nenhum ataque.
_ Elas são... As
Valquírias – Peter olhava para elas com certa curiosidade – Você
as chamou Thiago, era isso que seu pai havia lhe dado.
_ Incrível – os
pégasus que as puxavam eram incrivelmente belos e brancos.
_ Vamos para um
lugar onde elas vão poder descer.
Dito isso, viramos
procurando um lugar aberto, mas percebi que estávamos cercados.
_ Peter, fique aqui
– e o larguei no chão, enquanto sacava minha espada – vamos
acabar com eles.
E ataquei de um
modo que nunca atacara antes. O primeiro oponente era um guerreiro
inimigo. O desarmei e lhe dei um soco com minha soqueira. Passei para
o próximo, um esqueleto. Defendi o ataque dele e o cortei ao meio.
O pó dourado que subiu atrapalhou minha visão, mas conseguia sentir
a presença de todos ali. Atrás de mim, um fenrir me atacou. Girei e
o ataquei no ar, com uma velocidade impressionante. Não conseguia
enxergar direito ainda, mas senti que um esqueleto havia disparado
uma flecha. Senti uma leve pontada nas minhas costas quando a flecha
acertou, sem causar nenhum dano. Outros guerreiros atacaram, mas seus
golpes, que pareciam cada vez mais lentos, eram facilmente
bloqueados. U atrás do outro, o número de inimigos foi
diminuindo. Minha visão voltou ao normal, e vi que Ethan estava
lutando com um gigante marteleiro. A luta era incrível, e qualquer
um que se aproximasse era esmagado. O martelo do gigante era pequeno
comparado a marreta de Ethan, mas mesmo assim causava um dano de
assustar qualquer um. Ethan defendeu vários goles do gigante, mas
foi surpreendido quando outro gigante apareceu.
_ Ethan! – eu
chamei.
_ Pode deixar, eu
cuido desses dois. Acabe com a árvore.
Concordei e saí correndo em direção a ela, que estava ocupada com outros três
gigantes de gelo e um gigante marteleiro. Com um golpe do braço,
matou dois dos gigantes de gelo e jogou longe os restantes. Só
depois disso, se concentrou em mim, o que não era tão bom.
Ela tentou me
esmagar com golpes dos braços, mas consegui desviar facilmente. Em
um desses golpes, ataquei com força um de seus braços, cortando uma
boa parte dele fora.
Ela puxou o braço,
e soltou um grito estridente. Voltou ao ataque com fúria mais
destrutiva ainda. Seu braço machucado estava se recuperando muito
lentamente, o que me deu uma ideia. Com novos ataques dela, cortei
mais e mais seus braços, até que sobraram somente dois pequenos
tocos no lugar dos braços.
Com um novo grito,
seus braços começaram a crescer rapidamente. O que me chamou a
atenção era quê as árvores que estavam por perto começaram a
secar e a morrer, assim como o chão, que ficou ressecado.
Ela atacou
novamente, e acertou um hidrante, ao lado da calçada. A água jorrou
a vários metros de altura, e acertaram a árvore. Nos lugares onde
caiu, uma fumaça começou a sair, e uma marca negra tomava o lugar
da outrora madeira marrom. Vendo isso, ela tentou se afastar da água,
e foi em direção a um parque não muito longe dali.
_ Ethan – olhei
para trás e vi que ele ainda estava lutando, mas com os guerreiros
sobreviventes. Os três gigantes com quem ele havia lutado haviam
sumido. – Você já destruiu os três?
_ Eram bem
fraquinhos. – deu um único golpe horizontal e jogou longe os
guerreiros – e agora?
_ Eu sei como
destruir essa árvore, mas preciso da ajuda de vocês. Vamos.
Corremos em direção
a árvore. Peter também estava correndo, embora estivesse machucado.
A alcançamos e assim que nos viu, começou uma nova sessão de
ataques. Aproveitei o momento e fui levando ela até perto do lago
no parque, onde comecei a cortar o braço dela, até que virassem
novamente dois tocos.
_ Ethan, agora! –
atendendo ao aviso, ele acertou a árvore com toda a força, e a
jogou dentro do lago. Com um novo grito, sua madeira começou a
dissolver, e a água ficou preta e borbulhante. Até que o som acabou e a água parou de borbulhar.
_ Finalmente. –
dei um suspiro de alivio - Conseguimos vencer aquela... – antes de
terminar de falar, um novo urro me fez tampar o ouvido. Eram três
gigantes marteleiros, seguidos por vários fenris que viam em nossa
direção.
Antes que se
aproximassem demais, um feixe de luz caiu entre nós, deixando todos
atordoados. Assim que minha visão voltou, vi que eram as Valquírias,
que com os braços esticados, nos chamavam para subir nas carruagens.
_ Subam agora – a
mais perto de nós falou.
Atendendo ao chamado, subimos nas carruagens, um em cada um, e logo ganhamos velocidade nos céus deixando os monstros inimigos la atrás, desnorteados e confusos.