quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Capítulo I – Rachel










Eu estava no topo de uma colina, e logo acima de mim havia terra, sim toda a extensão de uma planície, acima de mim, e abaixo, uma grande depressão, como se houvesse uma Terra logo abaixo da outra.
      Um rio surgia dessa colina, ele ia percorrendo toda a sua extensão, ladeado por florestas, não muito densas. Mais abaixo, via-se uma cidade, cercada por grandes muros, mas não via-se carros, nem luz elétrica, pelo menos não àquela distância.
O que eu distingui com certeza foram tochas, nas mãos de guardas que usavam armaduras, espadas, arcos, e lanças. Um pouco estranho para o século XXI.
  De repente fui puxada. Como se eu fosse um grão de poeira, e a cidade um aspirador de pó. Passei voando pelas florestas e, a medida que eu passava, as folhas das árvores amarelavam, caíam, nasciam de novo, amarelavam de novo, e assim por diante, como se o tempo estivesse passando.
Quando cheguei à cidade, ela estava em chamas e, bem no meio dela, estava Gabriel. Sim, ele mesmo, o que matou o Kraken, salvou o mundo, e o garoto pelo qual eu era apaixonada.
Mas ele estava cercado. Dezenas de monstros estavam à sua volta. Eu reconheci também Arthur, ele estava caído em um canto tentando se levantar. Foi quando uma sombra imensa cobriu Gabriel. Quando olhei, um monstro humanoide estava olhando e rindo para ele. Ele era dourado tinha uns quatro metros de altura, e perto dele, tudo estava ficando lento. Ele segurava uma foice, com uma lâmina, que só de olhar pra ela, eu senti minha vida saindo de mim.
Espere: foice, tempo lento, homem grande e dourado. Cronos! O antigo senhor dos tempos, o senhor dos titãs. Mas o que? Como? Ele havia sido cortado em mil pedaços por Zeus, e agora estava ali, inteiro, forte, e prestes a matar Gabriel.
Ele bateu o cabo de sua lança no chão, todos em volta dele caíram, Gabriel estava com uma expressão de terror nos olhos, ele usava uma camiseta verde, mas que já estava cheia de poeira e toda rasgada, estava com uma calça jeans surrada, e um tênis tão destruído, que quem olhasse meio distraído não reconheceria aquilo como um tênis.
      O Titã ergueu sua foice e passou o primeiro corte. Gabriel se defendeu, mas seu escudo se partiu tamanha a força do golpe. 
      Tentei correr pra perto dele, para ajudar, mas eu não sentia minhas pernas estava presa.
  Cronos deu mais um golpe, Gabriel o desviou com sua espada, e o corte  lançou uma espécie de anel azul que cortou tudo por onde passou: Uma árvore, uma parede que um dia fora uma casa, uma estátua. Tudo cortado como se fosse uma motosserra passando em uma folha de papel.

     
       Ele preparou mais um golpe, dessa vez ele acertou. Vi sangue voando. Gabriel não se mexia. NÃO!!! _ tentei gritar mas minha voz também não saía.
De repente ele olhou para mim.
_ O que foi garota? _ sua voz era grossa, um tom assustador. _Ah, ele? _ disse o titã apontando para Gabriel; sua expressão era de desdém. _ Ele teria que morrer mesmo, mas, se você estivesse aqui, isso poderia ter sido adiado.
  Foi quando uma bola de energia atingiu Cronos nas costas e eu acordei. Estava  suada. A primeira coisa que fiz foi ver se sentia as pernas, e, graças aos deuses elas estavam lá, firmes e fortes.

      Olhei no meu relógio. Três e meia da manhã. É, era bom eu tentar dormir de novo, não tinha escolha, era isso ou passar cinco horas sentada na cama sem poder fazer um ruído, sem poder fazer nada.
Acordei lá pelas oito horas no outro dia. Fui para o refeitório. Vi Arthur na mesa. A propósito, ele foi escolhido para participar da mesa de reuniões. Apenas Gabriel e ele, de campistas, participam. Ele estava muito feliz, pois era a primeira vez que sua inteligência era reconhecida. Ele também foi nomeado comandante das operações de estratégia e inteligência.
Eu, ele e Gabriel recebemos medalhas de honra e agradecimento por por termos salvos o mundo.
  Todos os campistas em geral pareciam mais felizes, como se sentissem o ar mais leve, mais calmo, com, digamos, menos perigos.
  Tomamos café até que Alfeu veio até nós. Ao lado dele estava uma garota, com prováveis 14 anos, uma pele bem morena, cabelos medianos lisos, mas claramente alisados por uma chapinha, presos em um rabo-de-cavalo. Seus olhos eram castanhos claro, ela usava um uniforme escolar de uma escola daqui do Rio chamada Dínamis. Usava uma calça leg, e um tênis de caminhada, como se tivesse acabado de sair da educação física.
_ Hum, Rachel? _ disse ele.
_ Sim?
_ Essa é Letícia Silva, ela é nova aqui, você poderia mostrar a base a ela?
_ Sim, claro _Quando a fitei, ela passava os olhos pelos meninos, não sei se foi impressão minha, mas ela pousou mais os olhos em Gabriel. _ Este aqui é o meu namorado Gabriel _ disse a ela apontando para ele. _ E esse é meu amigo Arthur.
Os dois murmuraram algo como muito prazer, mas nada muito animado, o que constrangeu a menina.
_ Enfim, vamos? _ disse a ela com um sorriso no rosto.
Ela tirou a expressão de desconforto e abriu um sorriso mostrando seus dentes perfeitos.
Andamos pela base, mostrei a ela os campos de treinamento, meu quarto, o quarto onde ela ficaria, explicando a ela que aquilo não era definitivo, era apenas até descobrirmos quem era o pai ou mãe dela.
Ela sorriu aliviada. Letícia era uma garota que parecia não querer chamar atenção, daquelas que não se arrumam, não fazem todos os cuidados normais de uma garota. Mas ela era bonita. E essa beleza por si só já chamava atenção. E esse descuido com si mesma, essa despreocupação em agradar a deixava meiga, uma garota linda.
_  Hum, você mora com seu pai ou com sua mãe?
Assim que fiz essa pergunta desejei ter ficado quieta. O rosto dela ficou triste, seu sorriso desapareceu.
_ Eu, bem, nunca conheci nenhum dos dois... Eles morreram na queda de um avião.
_ Me desculpe, e, sinto muito por você. Mas aqui, você ganhará uma família nova, vai ser a melhor que você poderia ter, pode ter certeza!
Ela voltou a sorrir. Mas eu via que ela ainda estava meio triste, e eu tentei de tudo para deixá-la feliz.
Depois de ter mostrado todo o acampamento, eu a deixei em seu quarto, e fui até meu quarto e me arrumei. Depois fui até a casa de Gabriel, ele estava  sentado na cama.
_ Ei _ chamei eu. _ Vamos dar um passeio?
_ Agora? _ respondeu ele com uma voz preguiçosa, se deitando de novo _ fica pra próxima.
Então eu entrei, eu estava com uma blusinha verde, um short jeans azul, e uma rasteirinha, com meu cabelo preso em um rabo-de-cavalo, jeito que eu não costumava muito deixar porque não gostava muito. Fui até lá e puxei ele pelo braço, colocando ele de pé. Quase tive que arrumar ele, igual se arruma um bebê, mas, que bom, ele fez isso sozinho.
_ E... Aonde vamos? _ perguntou ele depois de sairmos da base.
_ Fazer compras! _ respondi
_ O QUE? _ perguntou pasmo, _ Porque não há nada pior do que fazer compras com garotas, não me leve a mal, por favor.
Me limitei a sorrir.
Ele não reclamou mais e me acompanhou, chegamos ao shopping.
Tenho que admitir que ele tinha parte da razão. Eu ia arrastando ele pelas lojas, olhava, olhava, olhava, e fui comprar a primeira peça só depois de meia hora.



Lá pelas cinco horas, ele pediu um descanso. Fomos a praça de alimentação sentar um pouco, eu estava muito feliz, falando muito, e eu acho que isso contagiou ele, pois pouco depois, ele já estava falando pelos cotovelos também.
Assistimos um filme, curiosamente sobre mitologia, e no final, ouvi um jovem de uns vinte anos dizendo:
_ Humpf, aquele cara é muito fraco, eu acabaria com um titã bem mais rápido do que ele.
Eu quase ri. Aquele cara não aguentaria nem um esqueleto, quanto mais um titã, e ele fala isso só porque acha que nada disso existe... coitado.
Ficamos mais um pouco no shopping, ele também comprou algumas coisas, pois depois daqueles dias de guerra, algumas roupas deles ficaram inutilizáveis.
Voltamos para a base mais ou menos às oito horas. Tudo estava correndo normalmente, e foi assim até o fim da noite, quando fui dormir.

No outro dia, quando acordei, estava um dia lindo, o sol brilhava, havia algumas nuvens, uma temperatura agradável, e uma brisa mansa, que fazia com que a temperatura ficasse perfeita.
Fui ao refeitório, muitos adolescentes tomavam café-da-manhã lá, entre eles reconheci Arthur, comendo um grande pedaço de bolo, que tinha tantos doces e cremes que eu acho que quem comesse uma fatia daquele bolo, pegaria diabetes, ficaria obesa, e teria muitos problemas de saúde.
Sentei-me com ele. Ele comia de um jeito tão apressado que chegava a ser engraçado.
_ O que foi? _ perguntou ele com um pouco de chantilly no nariz.
_ Nada _ disse segurando o riso. _ como estão as coisas?
_ Melhor impossível, nunca me senti tão bem, ainda mais agora que não tem nenhum monstro terrível e invencível nos aterrorizando, depois do Kraken não quero ver mais nenhum polvo ou algo do tipo na minha frente pelo resto da minha vida.
_ É _ disse eu rindo. _ admito que aquilo não foi agradável, mas ele até que era fofinho!
_ Então vai lá dar um abraço nele então, depois que ele te engolir espero que ache o estômago dele fofinho também!
Meu café chegou, conversamos mais um tempo, mais tarde, nossa nova amiga apareceu no refeitório, segurando uma bandeja e perguntou tímida:
_ Eu, hum, posso sentar aqui?
_ Mas é claro! _ respondeu Arthur. _ Err, quer dizer, pode sim.
Ele ficou mais vermelho que uma pimenta, e voltou a comer seu bolo de um milhão de calorias.
_ Ah _ continuou ele. _ Me desculpe por ontem, pelo jeito que falei, é que eu estava com sono, não foi por falta de entusiasmo ao te conhecer, por que sim, é um grande prazer e, espero que não tenha ficado magoada nem nada...
_ Ela já entendeu, Arthur _ disse eu rindo, ele estava atropelando as palavras, estava nervoso. _ Não é mesmo Lê?
_ É claro! _ disse ela. _ Também é um prazer conhecê-lo.
Ela fez mais uma de suas caras meigas, Arthur riu, nervoso. Parecia que ele queria enfiar a cara no seu grande pedaço de bolo, e ficar com ela lá até morrer de diabetes. Ou sem ar mesmo.
_ Eu, bem, já acabei meu café. Vou atrás de Gabriel _ falei, mas isso foi apenas uma desculpa para deixá-los sozinhos. _ E é uma oportunidade para vocês se conhecerem melhor, vocês dois combinam, podem se tornar grandes amigos!
Arthur me olhou com uma cara de: vou te matar lentamente depois.
Devolvi uma cara de: você vai me AGRADECER depois.
Fui atrás de Gabriel, andei por toda a base e só fui encontrá-lo na garagem, mas nem deu tempo de falar com ele, ele estava entrando no carro com uma expressão preocupada, séria. Mas quando ele me viu, ele sorriu, me deu um tchauzinho e um beijo através do vidro. Devolvi.
      O carro saiu em alta velocidade e sumiu.
O resto do dia correu normalmente até que Alfeu e Gabriel chegaram, lá pelas duas da tarde. Alfeu vinha com Gabriel desmaiado em suas mãos.
_ Saiam da frente _ ele dizia a qualquer um que tentasse ver o que estava acontecendo.
Fui atrás correndo. Alfeu o levou para sua casa. Pouco depois ele acordou, Alfeu não me autorizou chegar perto, disse que precisava falar com Gabriel. Então eu esperei bem longe, mas de um lugar que dava pra ver os dois.
Assim que a conversa começou, eu vi o rosto de Gabriel perdendo toda a cor, com certeza era uma notícia ruim. A expressão dele se tornou sombria, o que me deu até medo, então, eu me virei e sentei de costas para a parede.
Logo que Alfeu saiu, eu corri até Gabriel, ele estava sentado na beira do riacho, como se estivesse pensando.
_ Ei _ disse eu _ O que ouve?
_ Apenas saia daqui. _ respondeu ele de maneira seca.
_ Mas, talvez eu possa ajudar, você pode desabafar ou algo assim.
_ Não. Já falei saia daqui, me deixe sozinho. SAIA!
Quando ele disse isso, sua mão veio pronta para dar um soco perto do meu rosto, eu chorava. Levantei e saí correndo.
Chorei o resto do dia. Por que ele havia feito aquilo? O que eu tinha feito para ele?
Conversei com Arthur, ele tentou falar com Gabriel, mas sem sucesso também, algo tinha acontecido, e Gabriel estava sombrio, com um olhar de ódio, um olhar que não pertencia a ele. Aquele não era o Gabriel que eu conhecia, com certeza não era, e eu tinha que descobrir o que tinha acontecido.
Mas antes que eu pudesse descobrir qualquer coisa, uma coisa muito ruim aconteceu.
No dia seguinte, fui até a casa de Gabriel bem cedinho para tentar falar com ele, mas ele não estava mais lá. Procurei por toda a base, avisei Alfeu, Arthur, até a Letícia, mas ninguém o encontrava.
O desespero tomou conta de mim, eu chorava desesperadamente, nunca havia chorado tanto na minha vida, só parei de chorar porque minhas lágrimas acabaram, secaram. Todos tentavam me consolar, falavam que ele ia voltar, mas eu percebia que nem eles mesmo acreditavam no que diziam. O que tinha acontecido? Alguém o levara? Ele havia ido por conta própria? Por que? Muitas perguntas vinham em minha mente, muitas hipóteses, e eu só ficava mais triste.
Fazia dias que várias equipes de busca iam e voltavam, sempre sem notícias dele. E, desde que ele se foi, uma chuva constante, fria, vnha castigando o Rio. Como se até a natureza estivesse triste, toda a alegria que reinava em todos na base acabou, mesmo os que não eram íntimos ficaram tristes, pois todos gostavam dele.
Eu ficava com o celular 24 horas por dia na mão, esperando uma ligação, uma mensagem, qualquer sinal de vida dele. Eu apertava meu aparelho em minhas mãos. Ele prometera nunca me abandonar,_ pensava eu _ e agora, bem, agora não faço a menor ideia de onde ele esteja, ele havia me abandonado, descumprido sua promessa.
Esse estava sendo a primeira vez, o primeiro momento, desde que eu conhecera aquele garoto, que eu estava me sentindo sozinha, desprotegida.
Foi quando eu percebi que estava usando a função errada do celular. Eu não deveria estar esperando uma chamada, e sim, fazendo. Fui em favoritos e disquei: Gabriel. Chamou a primeira vez, a segunda, pensamentos começaram a invadir minha mente devido a ansiosidade que eu estava. Eu pensava nele, em tudo o que havíamos passado; mais um toque; pensei em seu rosto, seu sorriso, em seu beijo, ah se eu pudesse pelo menos dizer o quanto eu o amava! Por favor, atenda! _ pensava eu.
Foi quando uma voz interrompeu meus pensamentos e me trouxe de volta ao mundo real:
_ Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagem e estará sujeita a cobrança após o sinal. _ disse a gravação do outro lado da linha, quebrando e pisoteando minhas esperanças.
Voltei a chorar. Tentei mais algumas vezes, nada. Aquilo era desesperador, o que poderia ter acontecido?
Passei o resto do dia ainda mais preocupada, nos horários de alimentação, engoli um pouco de comida, não estava com a mínima fome, mas sabia que tinha que comer pelo menos um pouco.
O dia se arrastou numa lentidão tão grande que parecia que nunca ia acabar, e a cada segundo eu me sentia sendo dilacerada por dentro, um sofrimento inexplicável.
Como esperado, eu não consegui dormir, e, no meio da madrugada meu telefone tocou. Nunca atendi um telefonema com tanta rapidez assim.
_ Saia da base, e vá para o mais longe possível em no máximo quatro dias _ disse uma voz quando eu atendi.
_ Ga... Gabriel?! _ perguntei pasma depois que reconheci aquela voz _ onde você está? O que aconteceu? Por que você não voltou? Você...
_ Apenas saia daí no tempo em que te falei _ sua voz estava sombria, seca, mas eu ainda sentia uma ponta de tristeza, dor nela.
_ Mas por que sair?
Ele nem respondeu e desligou o telefone. O que ele estaria querendo dizer? Por que sair da base? As perguntas rondaram minha mente até perto de amanhecer, quando eu dormi por puro cansaço.
De manhã, eu procurei Alfeu e contei tudo a ele. Depois de muito pensar, ele me disse que só havia pensado em uma hipótese:
_ Um ataque _ disse ele já movendo-se para os microfones que fazem a comunicação de toda a base e chamou os participantes da mesa para uma reunião urgente.
Abri o histórico de ligações em meu celular para ligar para Gabriel, mas vi outro nome que me deu uma ideia: Thiago. Reforços _ pensei _ e ele ainda é um grande amigo de    Gabriel, com certeza ajudará.
_ Alô? _ disse ele quando atendeu. _ Algum problema Rachel?
_ Preciso de sua ajuda, AGORA!
_ O que aconteceu?
_ É Gabriel, ele sumiu, e provavelmente vai participar de um ataque à base.
_ O que? Mas por que? Quando? Como? _ sua voz estava incrédula, tão assustado como eu fiquei quando Gabriel se foi.
_ Venha pra cá e eu te explico tudo.
_ Certo. Vou atrás de Ethan e em no máximo dois dias estamos aí.
Quando desliguei, Alfeu veio falar comigo:
_ Tenho que te explicar algumas coisas que eu deixei ocultas, mas agora vejo que você tem que saber. Quando eu saí com o Gabriel aquele dia, nós estávamos indo até a casa da mãe dele. O motivo, era que ela não respondia a nenhum contato, havia se silenciado por tempo demais, o que me preocupou e eu resolvi averiguar. Mas, assim que chegamos lá, Gabriel teve algum tipo de ataque assim que encostou na maçaneta. Ele simplesmente desabou, desacordado. Pus ele no carro, e fui até o interior da casa. A mãe dele realmente não estava lá. E havias sinais que ela já não estava lá há um bom tempo.
_ Então Gabriel saiu para procurar ela _ supus.
_ Não exatamente. Quando nós chegamos, ele me contou o que tinha acontecido com ele, ele tinha tido uma visão, de outro lugar, em que ele vira uma mulher ajoelhada, aparentemente amarrada, aos pés de um homem. Assim que contei a ele do sumiço de sua mãe ele já interligou os fatos, e supos que Joe havia raptado sua mãe, ficou furioso e o resto você já sabe.
_ Sim, então agora ele está atrás de Joe, que provavelmente sequestrou sua mãe. Mas algo ai não se encaixa: por que ele ligaria me falando pra sair da base em no máximo quatro dias?
Alfeu nem precisou responder, nós dois deduzimos a mesma hipótese: Gabriel havia entrado como subordinado de Joe em troca da vida de sua mãe, e, para provar sua lealdade ele teria que destruir a base.








Thiago, Nota Final







Depois de cinco dias que eu havia chegado na Dinamarca de novo, em uma tarde, meu celular tocou. Atendi e a voz desesperada de Rachel dizia:
_ Preciso de sua ajuda. AGORA!