Capítulo X: Um novo destino (Tiago)
Metal e pessoas
pareciam passar voando por mim.
Um avião inteiro
havia acabado de desmontar em pleno ar
e as pessoas caíam como
chuva.
Lá em baixo, o oceano
e uma coluna
de água subindo em direção às pessoas.
Gabriel!
_ Thiago!! Thiago!! - a
voz de Peter, que parecia chegar de longe - Acorda logo Thiago!
_ Ele não acorda. –
era a voz de Ethan – ACORDA LOGO CARA!
_ Parem de gritar –
disse eu um pouco nervoso, assim que me recuperei – estou com um
dor de cabeça e tive o sonho mais estranho que jamais pude pensar em
ter.
_ Você tava meio que
tremendo. – respondeu Ethan.
_ Foi estranho - disse
Peter meio preocupado .
_ E você se importa
comigo tanto assim? – perguntei surpreso
_ Não! – disse ele
rindo - Só que você tá me devendo aquele dinheiro e ainda não
me pagou, lembra?
_ Chega de conversa.
Vamos dar o fora daqui. As pessoas estão curiosas para saber o
motivo de tanto barulho. E por algum motivo penso que estão nos
seguindo.
_ Por que pensa isso? –
perguntei.
_ Quando embarcamos em
Bronderslev, uns cinco caras muito pálidos e estranhos embarcaram
também e, enquanto você dormia, ele ficaram passando pela nossa
cabine o tempo todo.
_ Eu juro que quando ele
tocou no vidro do nosso vagão o lugar fico congelado por um tempo,
só com um toque. – disse Peter
_ Mas não chegamos
sequer a Skanderderbarg ainda, como vamos sair daqui? - perguntei.
_ Vamos pular do trem!!
– disse Peter empolgado.
_ Ah tá que eu vou
pular de um trem em movimento, à noite, com uma temperatura bem
abaixo de zero. – disse Ethan.
_ Prefere ficar aqui e
lutar contra seres que nem ao menos sabemos o que é? – perguntei a
ele.
_ De acordo com o mapa,
se pularmos agora vamos estar a uns três a quatro quilômetros de
distância de um vilarejo élfico. Podemos passar por lá e depois
continuar a viagem até a cidade mais próxima.
_ Tá, não tem outra
opção mesmo, melhor sairmos daqui antes de chegarmos à próxima
estação ou antes deles nos atacarem.
Juntamos nossas coisas e
nos preparamos para sair do trem. Cada um de nós estava usando
casacos grossos magicamente feitos. Era tarde da noite e quase todos
estavam dormindo em vagões espalhados pelo trem, o que foi muita
sorte. Chegamos ao ultimo vagão do trem, ninguém estava lá.
Subimos em uma escada que estava no canto e ficamos em cima do trem.
Andamos
um pouco em cima do trem. Claro que isso era extremamente perigoso.
Um passo em falso e poderíamos cair. Com o canto do olho vi uma
coisa que me
assustou. Parei de andar e fiquei olhando para os lados.
O
vento estava muito frio e a neve passava por nós formando uma
barreira que não
nos deixava ver muito distante. Mesmo assim consegui ver algumas
formas vindo em nossa direção.
_ Temos de sair daqui ou
essas coisas, seja lá o que for, vão nos matar.
_ Esperem até o trem
começar a fazer a curva – Ethan estava quase gritando para ser
ouvido, por causa do som do vento e do trem - assim ele irá diminuir
a velocidade e poderemos ter uma chance de sobreviver.
_ Uma chance? – disse
eu assustado.
_ É melhor que nada –
disse Peter rindo.
_ Se nós morrermos... –
eu disse - eu te mato Ethan!!
Assim que o trem começou
a fazer a curva nós pulamos. Havia uma grossa camada de neve para
absorver o impacto. Mas Ethan havia calculado mal. Ele não tinha
levado em conta a inclinação do lugar onde pulamos. Assim, quando caímos, rolamos por algumas dezenas de metros.
_ Você é louco –
disse Peter tentando se equilibrar e se colocar de pé. Estava tonto
por ter rolado tanto.
_ Ora, alguém morreu?
Não. Então obrigado – respondeu Ethan, enquanto pegava uma
lanterna.
_ Mas vamos morrer se
continuarmos aqui, olhem. – eu estava apontando para as cinco
figuras que estavam descendo pelo mesmo local que nós. Eram
estranhas, meio azuis, grandes, maior que qualquer humano, mas não
gigantescos. talvez tivesse de dois metros e meio a uns três metros.
_ São gigantes de gelo,
achei que seu pai havia acabado com eles. - disse Peter
_ Parece que não com
todos. - respondi.
_ Não dá pra nos
vencermos cinco de uma vez só. – disse Peter.
_ Precisamos de ajuda.
_ Será que se eu pedir
ao meu pai ele nos ajuda? – perguntei a Ethan.
_ Ele não pode intervir
pessoalmente. – respondeu Peter.
_ Mas e os servos dele?
– perguntou Ethan.
_ Por que tá
perguntando isso?
_ Por causa daquilo,
olhem. – assim que olhamos para onde Ethan estava apontando, vimos
dois corvos imensos mergulharem na direção dos gigantes.
_ Hugin e Munin –
disse eu – eu estava vendo eles no meu sonho.
_ Isso significa que seu
pai está tentando te ajudar. - disse Peter empolgado.
Os corvos eram
incrivelmente fortes e poderosos. Quando apareceram mataram dois dos
gigantes facilmente. Os outros eles mataram sem
muita dificuldade também. Enquanto um distraía, o outro
simplesmente atacava, dando mergulhos e atravessando cada um deles. Um selo brilhou no meio deles. Assim que mataram o
último, todos os outros sumiram virando pó.
Os corvos pousaram em uma árvore perto de nós e diminuíram de tamanho, passando de corvos gigantescos a corvos comuns. Os dois deram uma olhada em cada um de nós, soltaram um pio juntos, e saíram voando.
Os corvos pousaram em uma árvore perto de nós e diminuíram de tamanho, passando de corvos gigantescos a corvos comuns. Os dois deram uma olhada em cada um de nós, soltaram um pio juntos, e saíram voando.
_ Obrigado pai!! –
disse eu.
_ Bom vamos continuar,
foi muita sorte eles estarem aqui, para nos ajudar.
_ Sorte?!! SORTE?!!
Cara, a gente levaria uma surra se eles não aparecessem. Foi muita
sorte mesmo. – disse Ethan.
_ Bom, ainda temos um
longo caminho, vamos – disse eu.
Andamos por vários
minutos. Os casacos que nós trazíamos nos aquecia
muito mais que qualquer outro, o que era muito importante naquele momento. Isso se dava porque tinham um pouco de poder em
cada um deles. O único barulho que se ouvia era o do vento passando por entre as
árvores, ocasionalmente um uivo de lobos e o pio de corujas. O pio era horrível. Fazia com que todos nos ficássemos arrepiados.
Meia hora após termos
pulado do trem, Ethan, que estava olhando o mapa, parou e começou a
olhar em volta.
_ Isso é estranho –
disse ele bem baixo, mais para si do que para nós – devia ser
aqui.
_ Ethan, o que foi cara,
você parece meio preocupado! – disse Peter.
_ Olhem aqui no mapa,
nós não deveríamos já ter chegado?
Olhamos todo juntos no
mapa. Era um mapa antigo, que parecia mostrar onde as pessoas estão
em tempo real. Mostrava toda a Europa e, com um toque, ele aproximava
a imagem para mostrar uma cidade ou outra coisa assim.
_ Que legal! Eu não
tinha visto isso antes – disse eu surpreso por estarmos vendo a nós
mesmos, só que sendo apenas três pontinhos.
_ Se concentra Thiago,
dá uma olhada, - disse Ethan apontando para um local escuro no mapa
–. Pelo que mostra o mapa, já devíamos ter chegado. Estamos
praticamente em cima dele.
_ Não seria o
contrário? – disse uma voz atrás de nós.
_ Digam seus nomes e de
onde são, ou serão mortos rapidamente.
_ Meu nome é Thiago,
filho do deus Odim, pai de todos. Este é Peter, filho do deus Tyr, e
esse é Ethan, filho de Loki.
_ E o que fazem aqui, um
filho de Odim, Tyr e do odiado Loki? – ao ouvir isso Ethan soltou
um grunhido baixo.
_ Estamos investigando o
desaparecimento de alguns humanos e de alguns campistas de
Bronderslev. Nosso líder de acampamento, Ralgler, nos mandou falar
com um homem, Grankov, que nos deu informações, e segundo eles,
essas pessoas estavam indo para Berlin.
_ E por que estão
passando por aqui? Seria muito mais rápido terem ido de trem ou de
avião. – disse o chefe do grupo
_ Não gostamos muito de
viajar de avião. E no trem, estávamos sendo seguidos por cinco
gigantes de gelo e alguns esqueletos.
_ Vocês os trouxeram
para cá? – com um movimento do braço do líder, os arcos estavam
novamente apontados para nós.
_ Espera, calma. Hugin e
Munin mataram eles.
_ Ora ora, – com um
novo movimento os arcos foram abaixados – parece que seu pai quer
mesmo que você siga com sua missão.
_
Então você irá nos ajudar ? – perguntou Peter?
_
Sim. O que precisam? – perguntou o líder.
_
De um local para dormir e de alguns suprimentos. Perdemos os nossos –
respondi.
_
Nesses tempos nos é proibido levarmos qualquer pessoa as nossas
cidades. Mas nós temos acampamentos espalhados por toda parte.
_
Mas no mapa que temos mostra que aqui é uma cidade. – disse Ethan.
_ Não é uma cidade, e
sim um acampamento.
_ Mas onde está esse
acampamento? É muito longe? – perguntei
_ Vocês estão embaixo
dele.
Assim que olhamos,
percebemos pela primeira vez que havia pequenas cabanas feitas de
madeira sustentadas nas árvores.
_ Isso não estava aí
há alguns segundos – disse Peter olhando admirado
_ É porque estávamos
escondendo com um tipo de nevoa semelhante a dos gregos.
_ Incrível. – disse
Ethan.
_ Vamos! Iremos mostrar
a vocês como subirem lá. Arranjaremos seus suprimentos ate amanhã.
Subir nas árvores não
foi um problema tão grande assim. Os elfos tinham construído
escadas que ficavam escondidas dentro das arvores e que só saiam
quando os elfos “pediam”,e isso ajudou muito a subida.
As cabanas eram muito
maiores do que aparentavam ser por fora. Enquanto a olhávamos só
externamente elas não pareciam ser maiores que uma barraca pequena,
mas por dentro, eram do tamanho de um apartamento. Até aquário
tinha.
_ Mas o que? – disse
Ethan assim que entrou – como isso é possível?
_ Eu não sei, mas sei
que saímos daquele vento – respondeu Peter – o líder deles me
disse que vamos dormir nós três aqui.
_ Será que vamos manter um vigia? – perguntei.
_ Será que vamos manter um vigia? – perguntei.
_ Acho que não é
necessário. Elfos podem ser meio enigmáticos as vezes, mas não são
assassinos frios. – respondeu Peter – eles não vão nos matar
dormindo, ou qualquer coisa do tipo.
_ Ok. Então vamos
dormir. Amanhã teremos um dia cheio!